Ô nô to querenu si inzibi nem contá vantage . Intendesse? Agora, vô ti dizê uma cosa pra ti! Curió bom inzéxti uma montuêra, maj inxpetacularí só tem um. O Fabojuno! Aquilo é um monxtru , arromba, dá um banho. O bichinho canta muito i nô importa o lugari, podi di sê lá em casa, na rua, nu curiódemo. Sêje ondi sêje, o degranido moxtra a fibra qui tem. Nô tem!
O Fabojuno já ganho tudo quantu é competiçã aqui in Florianópij, em São Paulo, no Rio de Janeiro. Bom, nój já andemo muito por ai e sempre vortemo do memo jeito. Ô cá gaiolha em cima da mão exparmada i ele meio carcundinha de tanta medaia apendurada no pexcoço.
Só prá ti tê uma idéia di comé qui ele é, vô ti contá uma cosa pra ti! No úrtimo concurso qui nój fumo, o Fabojuno cantô tanto, tanto, tanto, qui oj otro passarin, além di corrê da briga, botaru aj asa im cima da cabeça pra tapá aj oreinha i nô da di oví o Fabo.
Oj dono doj passarin ficaru abobadu co show do Curió da Barra da Lagoa. I nô deu outra, né quiridu! Choveu propoxta pelo mô curió. Oferecero uma camioneta quatru pru quatru, um sítiu im Paratí, um apartamento na Bera Mar. Vô ti dizê pra ti, qui Ô nem tentado fiquei. Arrecuzei todaj aj propoxta qui elej fizéro, maj oj atolejmado continuaru mi incomodanu. Ah pára né ,oh! Quanu elej viru qui nô ia di dá negóciu, um delej apregunto:
- I prá acasalá o Fabojuno com uma fêmiazinha, quanto tu quéj Ixtepô?
Cumé qui podi né, oh! Ô nunca nô tinha pensado naquilo. Máj pra vê aquelij degranido bachá a crixta, ô chutei o pau da barraca i falei:
- Déj mil reau por cruza, môj quiridu.
Me arrombei todo , rapaj! Tinha unj vinti i trêj criadori querenu um filhote do mô curió, ansin memo, credo! Ô pensei rápido i omentei a propoxta pra cinqüenta mil reau. Ningém correu! Então ô disse que aquela missidade di fêmia ia se demaj até pro Fabojuno. Ansim, si oj pessoal nô si importassi, o Fabojuno ia tê di inxcolhé a parcerinha di amor. Todo mundo concordô.
Bom, fizêmu uma baita roda com aj vinte e trêj gaiolha di fêmia i coloquemo a gaiolha do Fabojuno bem no meio, ainda coberta. Foi tirá a proteçã di pano i o bichinho enveredô a cantá dum jeito, qui nój nem prextemo maj atençã naj fêmia. Só dava Fabojuno, quiridu.
Foi quanu uma rapariga piquena falô pro pai:
- Porque aquele passarin tá cantanu pruma monturea di gaiolha vazia in vorta?
Só ai qui nój vimo qui aj passarinha tinho tudo dexmaido di emoçã in oví o Fabojuno, rapaj. Dava di vê aj curiózinha tudo deitadinha, suxpiranu incantada, no fundo daj gaiolha. O pióri é qui nô deu di botá oj passarinho in cria.
Máj o Fabojunu si sentiu-se o dono do pedaço, inxfregô a asinha na nuca i sortô um cantinho seco bem ansim:
- Brigaduuuuu!
Traduzindo.....
Meu Querido,
Não quero me exibir e nem contar vantagens. Mas tenho de te dizer algo importante: Existen muitos curiós bons, mas espetacular somente um. O Fabojuno! Ele é fenomenal. O pássaro canta muito e não importa aonde, pode ser lá em casa, na rua, no curiódromo. Seja onde for, ele mostra a fibra que tem.O Fabojuno já ganhou tudo que é competição em Florianópolis, São Paulo e no Rio de Janeiro. Nós já fomos a muitos lugares e sempre voltamos do mesmo jeito. Eu com a gaiola sobre a mão espalmada e ele corcunda de tanta medalha pendurada no pescoço.
Só para você ter idéia de como ele é vou te contar algo! Durante o último concurso que fomos, o Fabojuno cantou tanto, que os outros passarinhos colocaram as asas sobre a cabeça para cobrir as orelhas e não ouvir o Fabo.
Os proprietários dos pássaros ficaram encantados com o show do Curió da Barra da Lagoa. E choveu proposta pelo Fabojuno. Ofereceram uma camionete quatro por quatro, um sítio em Paratí, um apartamento na Beira Mar. Mas eu nem fiquei tentado. Recuzei todas as propostas que me fizeram, mas continuaram insistindo. Contudo, quando viram que não tinha negócio, um deles perguntou:
- E para cruzar o Fabojuno com uma fêmea, quanto você quer?
Como pode? Eu nunca havia pensado na possibilidade. Mas para vê-los desistir, falei um preço bem alto:
- Dez mil reais por cruza.
Me dei mal. Havia uns vinte e três criadores querendo um filhote do meu curió, assim mesmo. Pensei rápido e aumentei a proposta para cinqüenta mil reais. Ninguém desistiu! Então eu disse que aquela imensidão de fêmeas seria demais, até mesmo para o Fabojuno. Assim, se eles não se importassem seria bom deixar o curió escolher sua parceira do amor. Todos concordaram.
Bem, fizemos uma enorme roda com as gaiolas das fêmeas e colocamos a gaiola do Fabojuno, ainda coberta, bem no centro. No que se retirou a proteção de tecido, o curió começou a cantar de tal forma que deixamos de prestar atenção nas fêmeas. O Fabojuno tomou conta do lugar.
Foi quando uma menininha perguntou ao pai:
- Porque aquele passarinho está cantando para um monte de gaiolas vazias ao redor?
Só ai percebemos que as fêmeas haviam desmaiado de emoção em ouvir o fabojuno. Elas estavam deitadas, suspirando encantadas, no fundo das gaiolas. O ruim, nisto tudo, é que não deu para acasalar os passarinhos.
Mas o Fabojuno sentiu-se o bonzão, esfregou a asinha na nuca e soltou um canto seco bem assim:
Brigaduuuuu!
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