sexta-feira, 30 de outubro de 2009

32. Que exame é este?

Mô Quiridu,

A idade vem cheganu, i apesari da inxperiênça, junto vem umaj incomodaçãozinha tomém, né oh! Oj zóio já nô inchergo como antij, aj junta fico um poco emperrada, aj idéia atolexmada. I aj tarefa maj simplej, tipo governá um pexinho, si tornu-se impossívi, quiridu.
O pióri é oj monti di inxame qui percisemu fazê. Tem di consurtá praj vixta, coraçã, pressã arta, colexteroli, diabétia, sixtema neuvoso, isso si nô fumaj. Né quiridu! Si fumá ainda tem pineumolosgistica. Tenho di ti dizê prá ti qui esse nô é o mô caso.
A quextã é qui o mô Gernriata mi indicô, pra mim, um tar de Unrologista, rapaj. É qui além dessa montuera di inxame cô faço anuarmente, agora tenho di fazê um que Ô nunca nô fij. Intendesse! Inxami di próxta, quiridu.
O Dotori, inxplicô, inxplicô i Inxplicô o inxami pra mim umaj déj vêj, nô tem? Ô fiquei cabrêro i fij quextã di nô intendê o quele tava querenu mi dizê pra mim. Ô tive di oiá bem dentro duj zóio dele i aí dizê:
- É capaj meso cô vô dexa fazê uma cosa dessa im mim! Mi dixcurpa maj Ô nô sô desse tipe di omi, rapaj. O dotozinho deve di tá me confundinu cum argúem deferente. Vai percurá seuviço, vai.
O Degranido si assusto-se i ficô branco cá minha gritaria, rapaj. Máj ô nô sei cumé qui pode né, oh. Ele consiguiu mi acarmá i moxtrá u quantu a prevençã é importante pra evitá aj duença.
Ô mi convenci i disse pra ele qui ia marcá unrologista prun dia desse quarqué. Ele levantô o telefonio i ligo pra um médicu amigo dele. O malino mi marcô consurta pra duaj hora maj tarde.
Lhá fui Ô, cheio di pensamento tolo na cachola, visitá o tar du médicu. Maj Ô tavu cum baita medo era di chegá lá i o Dotori sê daquelêj omi giganti, quiném jogadori di baxqueti. Já imaginasse?
Cheguei no consurtório i mi apresentei-me prá recepcionixta. Sentei na sala di ixpera i comecei a sua frio, imaginanu qui o Oxcar, aquele da seleçã Brasilera, ia mi recebê di aventali branco, sorriso amarelo i uma bola alaranjada, pra gente fazê umaj cextinha antij do procedimento, quiridu.
Foi quanu a moça me chamou e disse pra Ô passá na sala do médicu. Ô Si levantei trenendo i me dirigi pra armação, agora nô tinha maj vorta. Pra ti vê, quanu abrí a porta do consurtório, lá tava ele sentado caj mão no borso. O dotori era bem piquininho, praticamente um anãozinho. Nô tem?
Ô pensei qui ixcapá di grandi, maj isto só até ele inxtendê a mão pra mi cumprimentá, quirido. Aj mãozinha dele pareciu duaj raqueta di tenij.
Ai nô dá né oh!

Traduzindo.....

Meu Querido,

A idade vem chegando e, além da experiência, vêm também alguns probleminhas. Os olhos não enxergam como antes, as juntas endurecem, a mente cansa. As tarefas simples, como limpar um peixe, podem se tornar imossíveis.
O pior é a quantidade de exames aos quais somos submetidos. Temos que consultar o especialista dos olhos, da pressão, do coração, colesterol, diabetes, sistema nervoso e isto se não fumamos. No caso dos fumantes ainda tem o pneumologista. Deste mal não sofro.
A questão maior é que meu geriatra me indicou um urologista. É que além de todos os exames rotineiros, devo me submeter a um que ainda não fiz. Exame de próstata.
O doutor me explicou o exame por várias vezes. Eu não fiz questão de entender nenhuma delas. Mas precisei olhar no fundo dos olhos dele e dizer:
É bem capaz que eu deixarei alguém fazer uma coisa dessas comigo. Me desculpa, mas não sou deste tipo de homem. O doutor deve estar me confundindo com outra pessoa. Vá procurar o que fazer!
Ele se assustou com minha gritaria, porém conseguiu me acalmar e provar o quanto a prevenção é importante para evitar as doenças.
Me convenci e disse que marcaria consulta com urologista um dia destes. Ele pegou o telefone e ligou para um médico amigo. O malvado marcou consulta pra duas horas mais tarde.

Lá fui eu, cheio de fantasias na cabeça, visitar o tal do médico. Mas o medo que eu tinha era de chegar lá e o doutor ser um homem gigante, tipo um jogador de basquete. Já imaginou?
Cheguei no consultório e me apresentei à recepcionista. Sentei me, na sala de espera, e comecei a suar frio. Estava imaginando o Oscar, aquele da seleção Braslileira, me recebendo de avental branco, sorriso amarelo e uma bola
alaranjada, para a gente fazer umas cestinhas antes do procedimento.
Foi quando a atendente me chamou e pediu para eu passar ao consultório. Me levantei tremendo e me dirigi ao abatedouro, pois não tinha mais volta. Quando abri a porta, lá estava o médico sentado, com as mãos no bolso. O doutor era muito
pequenino, quase um anãozinho.
Pensei que tinha me dado bem, mas isto só até o momento emque ele estendeu a mão para me cumprimentar.
As mãos dele pareciam duas raquetes de tennis.
Daí é difícil!!!!

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