Todo mundo véve falanu da violença e recramanu qui aj cidade tá ficanu cava vej máj inxculhanbada, nô tem! É invasã di morro aqui, droga ali, henlicópi arvejado acolá. Ansin nô dá, né oh? Vô ti dizê pra ti, qui pudia sê muito pio, nô fosse arguns cidadão dextemido que arrixco a vida pelo bem comum, daj pessoa i doj ser homanu.. São oj verdadero herói, aquelij qui nój devemo chamá di pauladinho maxcaradu, quiridu. Pior é qui muitaj vej nój nem ficamu sabenu qui elej inzéxti. Tu sabiaj qui Florianópij é cuidada, di dia, di noite i até di madrugada, por um herói anoinho? Nô sabiaj? Maj é quiridu, ti juro pra ti! I Nô vô revelá a indentidadia secreta dele, até pruque nô sei, máj nô posso deixá di ti falá dele pra ti. Entendesse?
Aj premera notiça di aparença dele foi lá prój lado da Barra da Lagoa. Sabe cumé qui é boato, né quiridu. Unj dizia qui tinha vixto bruxa, otroj assombraçã, até hixtória di lobisômi inventaru. O pobrema é qui ninguém tinha inxpricaçã pro vurto qui, andava aparecenu im cima daj casa, noj beco i naj servidã. Oj pessoal já andava tudo assuxtado i infesado querenu sabê quem ia pagá aj telha quebrada, rapaj.
Pru oto ladu, o povo começô a peucebê qui aquelij furtinho qui acontecia, vorta i meia, pararo de supetão. Nunca maj bifaro aj carçola da Dona Neca, ninguém maj mexeu noj ovo do Seu Dirço, qué dizê daj galinha do seu Dirço, i aj rede do Galego começaru a aparecê carregada di pexe dinovo, quiridu.
Degavazinho oj pessoal começaru a ligá aj côsa. Nô tem? A mesa assombraçã qui andava arrodiando a Barra, tomém tava inxpantanu oj ladrão. Foi quanu a poliça devurgô, no DC, o mixtério doj meliante cá boca cheia di inxcama.
Rapaj, já fazia uma muntuêra di semana qui oj policial encontrava arguns mau elemento, conhecidu, caj mão i coj pé amarrado i ca cabeça meia atolejmada. Elej diziu qui levaru uma biaba na boca, dum Homi pexe, qui si sumiu-se maj rápido do qui veio. Depôj acordaru meio tanso, com goxto i chero di pexe cru noj beiço inchado. O maj importante é cáj apariçã do maxcarado começaru a acontecê por toda a Ilha i oj excomungado doj marginarzinho dero di disaparecê oj poço.
Pôj esse maxcarado tem nome, quiridu! Ele si chama-se CAPITÃO TAINHA e nô age sozinho. Ele tem um parceiro qui oxilia in todoj oj caso, o seu amigo e fiel tarrafeiro, O RAPAJ BERBIGÃO.
Cumé cô sei dissu? Ve só, uma noite dessaj o Neto foi na casa do Badejo pra tirá umaj foto daj criança dele. Quanu vortava pra casa, ouviu um baita ixcarcéu num terreno baldo ali perto. Nô deu outra, nego. Lhá tava um mandrião amarrado, cá boca toda inxcangalhada. Ele chegô perto pra vê o qui era, nissu uma baita sombra se projeto-si im cima dele. Éru elej dôj: TAINHA E BERBIGÃO.
Achaj qui elej deru uma camassada di pau no Neto? Só pro teuj córno meso.
Elej pidiru foi pro Neto sê fotógrafo oficialli delej. O rapaj aceitô i tiro uma missidade di retrato. Tá tudo lá in casa.
Tamu até pensanu im mandá argumaj pro Cacau Menêj.
Traduzindo .....
Meu Querido,
Todo mundo fala da violência e reclama que as cidades estão ficando cada vez mais descuidadas. É invasão de morro por aqui, drogas ali, helicóptero alvejado por lá. Assim não dá! Mas vou te dizer que poderia ser pior, não fosse por alguns cidadãos destemidos que arriscam a vida pelo bem comum, pelas pessoas e pelos seres humanos também. São os verdadeiros heróis, aqueles que poderíamos chamar de paladinos mascarados. O pior é que por muitas vezes não sabemos de sua existência. Sabias que Florianópolis é guardada de dia, a noite e até de madrugada por um herói anônimo? Não sabias? Mas é, te juro! Eu não revelo a identidade secreta dele, até porque eu não a conheço, porém não posso deixar de te falar sobre ele. Entendeste?
A primeira notícia de aparição dele foi lá na região da Barra da Lagoa. Mas sabes como é boato. Alguns diziam ter visto bruxa, outros assombração, até história de lobisomem houve. A questão é que não havia explicação para um vulto que aparecia sobre as casas, nos becos e nas servidões. O pessoal estava assustado e bravo pois queria saber quem pagaria as telhas
quebradas.
Por outro lado o povo começou a perceber que os pequenos furtos, que aconteciam vez por outra, pararam repentinamente. Nunca mais roubaram as calcinhas de Dona Neca, não mexeram mais nos ovos do Seu Dirço, melhor nos ovos das galinhas dele e, as redes do Galego começaram a aparecer carregadas de peixes, novamente.Aos poucos as pessoas começaram a ligar os fatos. A mesma assombração que rondava a Barra estava espantando os ladrões. Foi nesta época que a polícia divulgou, no DC, o mistério dos bandidos com a boca cheia de escamas.
Rapaz, fazia tempo que os policiai vinham encontrando alguns maus elementos, já conhecidos, com mãos e pés amarrados, e com a cabeça zonza. Eles afirmavam que haviam sido golpeados na boca por um homem peixe, que sumiu tão rápido, quanto apareceu. Mais tarde acordaram tontos, com gosto e cheiro de peixe cru na boca. O mais importante é que as aparições do mascarado se tornaram freqüentes na ilha e os infelizes dos marginais foram desaparecendo aos poucos.
Pois este mascarado tem nome, querido! Ele se chama CAPITÃO TAINHA e não atua sozinho. Tem um parceiro que o auxilia em todos os casos, o seu amigo e fiel tarrafeiro, o RAPAJ BERBIGÃO.
Como eu sei disto? Bom, uma noite destas o Neto foi à casa do Badejo para fotografar as crianças dele. Quando voltava ouviu
uma barulheira em um terreno baldio ali por perto. Foi tiro certo, lá estava um malandro amarrado, com a boca toda machucada. O Neto se aproximou para ver o que era e nisto uma sombra enorme o emcobriu. Eram eles dois: TAINHA E
BERBIGÃO.
Pensas que eles agrediram o neto? Claro que não.
Eles pediram foi para o Neto ser o fotografo oficial deles. O rapaz aceitou e fez uma enorme quantidade de fotos dos dois. Está tudo lá em casa.
Estamos até pensando em enviar algumas para o Cacau Menezes.Vai que ele publica.
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