quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Desenho Animado de Floripa


Vejam que massa este desenho animado que está sendo produzido em Floripa.

www.52animationstudio.com

BOI  DE MAMAO - PAPAYA BULL



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

62. Aonde a vaca vai ?

Mô Quiridu,

Faj uma missidade di tempu cô nô inxcrevu , maj Ô si alembrei dum causu qui si assucedeusse cumigu, naquelaj éupuca cô ainda era rapaj jovi, i cô tenhu qui ti conta pra ti. Intendesse?

O cô vô ti dizê pra ti, aconteceu quandu Ô tinha unj dizoito anu, logu cô tirei a minha premera carta di motorixta. Naquele anu nô deu di matá um pexinho i nô dava di ajudá o pai i a mãe caj cosa da casa, nu rextu du anu.

Ô sempre fui aprecavidu i decidi apercurá seuviço notra funçã. Ô tavu todo atentado ca minha carta na mão e fui atraj duma vaga di motorixta di ônjs, numa firma bem piquininha qui a recém tava começanu.

Djaoji ô veju qui Ô percisava do trabalhu i elij tavu numa corriria pra arranjá um motorixta. Nô tem! Ô si apareci na intrevixta num domingue di manhã i dava di começá naquela noiti mesu, era só querê.

A rapariga qui fico di cunveuça cumigo mi inxpricô qui a viagi nô era muito cumprida, mi apreguntô sô tinha medu di dirigi di noiti i falô côj passageru era tudu inxtudanti da UFÉSQUI, vortanu pra casa pra vê oj familiero delej. Credo!

O si invervei um poco, deu até um inxtremiliqui nas peuna, maj ô agarrei o emprego.

Deu dej hora i, difronti da redoviária da cidadezinha, si ajuntosse toda aquela inxtudantada prá entrá no ônj. Era tanta, tanta, tanta genti , cô nem nô sabia cumé qui é qui elij io si ajeitá lá drentu. Oj premero cuarenta i sej si assentaru, oj outro trinta excomungado si impuleraro noj barço doj banco, sentaru no corredô, si ajeitatu. Vo ti dizê uma cosa pra ti! Ô sei qual era a montuera di aluno, cá di que elij tinha qui mi dá o tiquizinho da passagi. Tu si alembra dissu quiridu? Naquelij tempu dava di intupi oj ônj côj tanso doj passagero, dava di viajá di pé i fumá na viagi. Que qué isso, né oh!

Cumecemu o nosso suprício e tudo ainda tava bem amainado, si nô fosse aquela baita buraquera na inxtrada i o sono qui rabeava o ônj pro acoxtamento. Toda vej cô saiu da pixta, oj inxcumungado, degranido doj inxtudanti gritavu: OLÉÉÉÉÉÉÉE´!

Lá pru meio do caminhu, entre uma drumidinha i outra, Ô si acordei cum baita dum baruio. Deu di freiá o veiclu i dá uma olhadinha pra frente, só pra dá uma inxpiadinha. Intendesse! Uj faroli nô mi dexaru menti, rapaj. Elij tavu aluminado aqueli cadávi inxcangalhadu bem ali no chão, oh! Ô tinhu matadu uma vaca.

Ô mi pelei todo i di um berro proj pessoal sabê co tinhu assassinadu uma vaca. Falei cô nô ia saí dali antij do socorro chegá. Oj alune qui só pensavu em chegá im Floranópij antij daj meia noite, prá pegá o INXPRESSO TRINDADE, tomaru conta do meu ônj e me disseru pra mim continuá a viagi. Ah para né, oh!

Um baita dum galegão, qui si torno-si o líder da revelia, veio falá cumigo. Nô tem! Depoj di muita ladainha eli mi levô no piu. Ô aceitei continuá, maj com uma condiçã: Noj tinhu qui levá a inxcangalhada da vaca junto, afinali ela era a prova de tudo. O galegão, cheio daj inxtória, levô oj amigu tudo no piu tamém, oh! Ô tô pra vê rapaj ingambeladori como aquele galegão.

Toquemu o barco pra frenti, maj quanu ô vi o poxto doj poliça ô tivi qui para, né oh! Oj abobadu doj alune nô si acreditaru nô cô fij i o poliça si riu-si todo da minha cara.

Nissu, ô aresorvi abri o capô i amoxtra a vaquinha pra ele, nô tem! No que Ô ergui a porta, a bicha saiu cixpandu qui nô deu di vê nem a sombra da disinfilij. A degranida tava viva.

O poliça cuontinuô si abrindo-si todo da minha cara e mi disse pra mim qui nój tinhu caído no gorpe da vaca. Qué dizê, qui na veudade, ela já era até conhecida na regiã, por si fingi di morta pra robá oj viajanti.

Óio,io, ió! Ô pensei côj meu botão qui nòj tivemu sorti di nô sê afanado pela vaca. Daí, o poliça disse pra nój dá uma olhada no bagagero. Ô nô sei cumé qui ela fej, maj o porão do ônj tava vaziu.

No outro finali di semana, Ô tinhu um novo incontro com oj pessoali da capitlu da vaca. Toda vej qui um daquelij tanso entravu no onj i mi intregava o tiqui, sortava um baita dum MUUUUU!

Foi ali cô tivi a ceuteza qui percisava voutá pro meu barco. Intendesse!

Traduzindo...

Meu Querido,

Fazia um tempo que eu não escrevia, mas há alguns dias me lembrei de uma situação que aconteceu comigo, daquele tempo em que ainda era jovem e que não posso deixar de te contar. Entendeste?

O que eu vou te falar ocorreu quando eu tinha lá pelos meus dezoito anos, logo que eu tirei a minha primeira carteira de motorista. Naquele ano a pesca não foi nada boa e eu não tinha como ajudar o meu pai e a minha mãe, com as despesas de casa, ao longo daquele ano.

Eu sempre fui precavido e decidi procurar emprego em outro ramo. Empolgado porque havia recebido a minha primeira habilitação, busquei uma oportunidade como motorista de ônibus em uma empresa pequena que estava iniciando seus negócios.

Hoje eu vejo que assim como eu precisava do emprego, eles também estavam necessitando, urgentemente, de um motorista. Me apresentei para a entrevista em um domingo de manhã e se eu quisesse, naquela mesma noite já iria fazer a minha viagem inaugural.

A moça que me entrevistou explicou que o percurso não era muito longo, perguntou se eu tinha algum receio de dirigir na escuridão e, finalmente, ressaltou que os passageiros eram todos estudantes da UFSC, voltando para a capital após o final de semana com os familiares.

Fiquei um pouco nervoso, na verdade me deu um tremor nas pernas, mas eu aceitei a empreitada.

Dez horas da noite, na frente da rodoviária da cidadezinha, a estudantada começou a embarcar no ônibus. Era tanta gente que eu não sabia como a multidão iria se acomodar. Os quarenta e seis primeiros conseguiram assento, os outro trinta se encostaram aos bancos, sentaram no corredor, enfim deram um jeitinho. Eu sei da quantidade de alunos porque eles tinham que me entregar o bilhete de passagem. Lembra, naquela época dava para entulhar os ônibus com passageiros, viajar em pé e até fumar durante a viajem. O que é isto!

Começamos o trajeto e tudo andava bem, não fossem os buracos na estrada e o sono que de vez em quando me levava para o acostamento. Toda vez que eu saía dos trilhos, independente do motivo, a rapaziada gritava OLÉ.

Mas lá pelo meio do caminho, entre uma cochilada e outra, eu acordo com um barulho muito forte. Por instinto freie o ônibus e dei uma olhada para frente, para ver o que havia acontecido. Os faróis não me deixariam mentir, uma vez que iluminavam aquele corpo estendido ao chão. Eu havia atropelado uma vaca!

Me desesperei e gritei para o pessoal, avisando que tinha matado uma vaca e que não iria sair dali, enquanto não chegasse o socorro. Os alunos que queriam estar em Florianópolis antes da meia noite, para pegar o último EXPRESSO TRINDADE, tomaram o poder do veículo e disseram para eu seguir viagem.

Um baita de um alemão liderou a rebelião e veio conversar comigo. Depois de muitos argumentos ele me convenceu. Eu aceitei continuar a viagem, mas com uma condição: Teríamos de levar a vaca junto, afinal ela era a prova real do acontecido. O alemão, por sua vez, convenceu os colegas a colocarem o animal no bagageiro. Estou para ver alguém com o poder de convencimento daquele alemão.

Seguimos viagem, mas quando cheguei perto de um posto policial, não tive dúvidas, parei o ônibus para registrar o fato. Os estudantes não acreditavam na minha atitude e o policial que nos atendeu, ria da minha cara.

Foi quando eu resolvi abrir o bagageiro e mostrar a vaquinha para ele. No que erguemos aquela porta, a vaca saiu em uma disparada e não deixou sequer o seu rastro. A bicha estava viva.

O policial continuava a rir e disse que nós havíamos caído no golpe da vaca. Na verdade a bovina já era até conhecida na região por simular acidentes e roubar as pessoas que trafegavam no local.

Eu pensei em voz alta e comentei da sorte que tivemos por não sermos assaltados. Então o policial nos pediu para darmos uma olhadinha mais demorada no porta-malas. Eu não sei como a vaca fez, mas o bagageiro estava vazio.

No final de semana seguinte, eu tinha um novo encontro com o pessoal do episódio da vaca. Cada vez que um deles entrava no ônibus e me entregava o bilhete, soltava um sonoro MUUUUU!

Naquele momento eu tive a certeza que deveria voltar para o meu barco.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

60. Compra ponto com


Mô Quiridu,

Depoj qui surgiru, na internétia, essa montuêra di saiti com dixconto i promoçã, a Joaquina não parô maj di comprá. A degranida passa horaj no pexe orbanu, cricom, querudixconto, i otrox maj. O resurtado é uma pilha di cupom no borso dela uma pilha di conta no meu.
Ela já comprô, janta, armoço, cexta di café da manhã, hospedágia im posada, corte e pintura di cabelu, disincravaçã di unha in manicuria, depilaçã di sovacu i viria, inxpremeçã di furuncu, até u inzami di próxta ela quiria mi compra pra mim.
A Joaquina dij que a vantaja dissu tudo é qui pagandu adiantadu tu tenj um baita dum dixconto. Onti, pru exemplu, ela comprô trêj frangu assadu por cinco reau cada um. Hoje ela foi no rextoranti prá pegá oj frango i vortô toda infesada i cheia di inxpricaçã. Intendesse?
Invéj di frango déru trêj ovo pra ela i ainda disseru qui o cupom era pra usa só daqui a quatro mêj.
Ah, vai percurá seuviço, né oh!

Traduzindo.....

Meu Querido,

Depois que surgiram esta enormidade de sites de desconto na internet, a Joaquina não parou mais de comprar. A desgraçada passa horas no peixe urbano, clickon, queroofertas e outros mais. O resultado é um monte de cupons no bolso dela e outro de contas no meu.
Ela já comprou, jantares, almoços, cesta de café da manhã, hospedagem em pousadas, corte e pintura de cabelos, manicure para desencravar unhas, depilação de axila e virilha, remoção de furúnculo e até exame de próstata ela queria comprar para mim.
A Joaquina diz que a vantagem disto tudo é que em se pagando adiantado ganha-se um enorme desconto. Ontem por exemplo ela comprou três frangos assados por cinco reais cada. Hoje ela foi ao restaurante buscá-los, mas voltou indignada e cheia das explicações. Entendeste?
Ao invés de frangos, deram a ela três ovos e ainda disseram que seria melhor usar o cupom daqui a quatro meses.
Ah, vá procurar o que fazer!