segunda-feira, 15 de junho de 2009

6. Meu curió, o Fabojuno

Era dia di torneio di canto. Ô si alevantei bem cedinho, di comida prôj bichinho, peguei a Kombi e lhá si fui Ô, pro Curiódemo. Na chegada vi o Deca, o Veco, o Maneca, o Dico, o Girço i Badejo, cada um acarreganu o sô curió.
Bom, o Badejo i Ô fomo lhá dá uma inxpiada na competiçã de fibra, quando oj curiózinho tem vinte minute, prá cantá o maior númuro de vej. O curió qui baxá a crista e corrê tá fora, i quem ficá até o finali, cantanu até dize qui chegue, é campeão. Era um baita torneio aquele,ôh! Umaj duzenta gaiolha, uma do ladinho da outra. Côsa linda!
Na nossa frente dava di vê um homi , qui falava a dá com um pau, i contava vantaje do curió dele. Ô i o Badejo ali, só inxpererano di vê o curió arrombá. Entendesse?
Deu cinco minute e o bicho nem piô. Deu dej i ele ali paradinho. Nos quinze dava di vê que ele mexia a cabecinha , máj cantar que é bom, nadinha. Nos vinte nój pensemo: Vai vê que o curiózinho é mudo, ôh.
Credo! O dono do bichinho não sabia o que fazê, afinali o presepero tinha falhado pelos cutuvelo, e o curió não abriu o bico, ôh.
Ele oiô pra mim i viu qui eu tava com pena do passarinho. Então ele priguntô si Ô quiria o curió pra mim. Ô aceitei, mas não sabia o qui Ô ia fazê co aquele passarinho que não canta.
O torneio acabô i o curió Ronaldinho arrombô dinovo. Ô peguei meu curió i vortei para a Barra da Lagoa.
Minha mulhé me viu cheganu, em casa, cô uma gaiolha e brigô cumigo. Mesmo sabeno qui Ô tinha arrumado pra minha cabeça, apendurei o passarinho na parede.
Joaquina fej a janta, nój comemos, conversemo sobre o torneio e fomo drumi.
De madrugada, no meio duma baita cantoria de curió, minha mulhé me acutuco e falô inritada:
- Corre lá na cozinha e calha a boca do mudinho qui ele tá cantanu máj qui o Fabojuno.
No torneio o curió nem piô, máj decorô tudinho o FABOJUNO!

Traduzindo.....

Era dia de troneio de canto. Acordei cedo, dei comida para a criação,
peguei a Kombi e me dirigi ao Curiódromo. Já, na chegada, avistei o Deca,
o Veco, o Maneca, o Dico, o Girço e o Badejo, cada qual carregando o seu
curió.
Bom, eu e o Badejo fomos dar uma olhada na competição de
fibra, na qual os curiós têm vinte minutos para cantar o maior número de vezes
possível. O curió que se intimidar está fora, o que ficar até o final, e cantar
até se fartar, é o campeão. Aquele era um torneio gigantesco. Umas
duzentas gaiolas, lado a lado. Muito bonito!
A nossa frente podíamos
ver um senhor, ele falava muito e contava vantagens sobre o seu curió.
Entendeu?
Passaram-se cinco minutos e o bicho não piou. Aos dez ele
parado. Nos quinze dava para obsesvar que ele mexia a cabeça, mas cantar que é
bom, nada. Nos vinte, concluímos: Vai ver que o curió é mudo.
Nossa! O dono do
curió não sabia o que fazer, afinal o exagerado falou pelos cotovelos e o curió
não fez nada.
Ele me olhou e viu meu pesar pelo passarinho. Então me
perguntou seu eu queria o curió para mim. Aceitei sem saber o que fazer com um
curió que não canta.
Acabou o torneio e o curió Ronaldinho foi campeão
novamente. Eu peguei meu curió e voltei para a Barra da Lagoa.
Minha mulher
me viu chegando em casa com uma gaiola e brigou comigo. Mesmo sabendo que
tinha arranjado problema, pendurei o passarinho na parede.
Joaquina fez a
janta, comemos, conversamos sobre o torneio e fomos dormir.
Na madrugada,
meio ao canto de curió, minha mulher me cutucou e falou irritada:
- Vá
na cozinha e cala a boca do mudinho porque ele está cantando mais do que o Fábio
Júnior.
No torneio o curió não piou, mas decorou tudinho o Fábio
Júnior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga mô quiridu!